STC7 - "CIÊNCIAS INFORMÁTICAS" 
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FormadorSTC7_DR2/3-Carlos Moás
FormadorSTC7_DR2/3-Carlos Moás

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

STC7 –DR2 –TEORIA E EXPERIÊNCIA

 

Processos e Métodos Científicos

 

Actividade 1:

Considere a seguinte informação: 

Eleições Presidenciais de 22 de Janeiro de 2006

 

Resultados Nacionais Oficiais:

 

Candidato

Votos

Percentagem

Cavaco Silva

2 773 431

 

Manuel Alegre

1 138 297

 

Mário Soares

785 355

 

Jerónimo de Sousa

474 083

 

Francisco Louçã

292 198

 

Garcia Pereira

23 983

 

 

 

 

1.1 Determine a percentagem de votos válidos obtidos por cada candidato, complete a tabela e explique porque foi eleito Cavaco Silva à primeira volta nestas eleições.

 

 

  

1.2 Relativamente às eleições Presidenciais em 1986 Freitas do Amaral consegue uma quase Maioria Absoluta na primeira volta, mas perde as eleições na segunda volta. 


Resultados da primeira volta

 

Candidato

Votos

Percentagem

Diogo Freitas do Amaral

2 629 597

46,31%

Mário Soares

1 443 683

25,43%

Francisco Salgado Zenha

1 185 867

20,88%

Maria de Lurdes Pintassilgo

418 961

7,38%

 

 

Resultados da segunda volta

 

Candidato

Votos

Percentagem

Mário Soares

3 010 756

51,18%

Diogo Freitas do Amaral

2 872 064

48,82%

                                      

 

 

Como foi isto possível?

(Faça uma breve reflexão onde analise estes resultados sob o ponto de vista das correntes políticas representadas).

 

 

 

 Actividade 2

 


Resultados das Eleições para a Assembleia da Republica no Distrito do Porto – 20/02/2005

 

Inscritos

Votantes

1 450 663

1 002 127

               Total de deputados: 38

Brancos

Nulos

17 270

11 097

 

PS

PPD/PSD

CDS-PP

B.E.

PCP-PEV

PCTP/

MRPP

PND

PH

POUS

485 975

278 381

68 824

66 912

54 282

8 241

7 675

2 436

1 034

 

 

Determine o número total de deputados eleitos por cada força política, pelo:

 

-          Método de Hondt

 

Divisor

PS

PPD/

PSD

CDS-PP

B.E.

PCP-PEV

PCTP/

MRPP

PND

PH

POUS

1

485 975

278 381

68 824

66 912

54 282

8 241

7 675

2 436

1 034

2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7

 

 

 

 

 

 

 

 

 

8

 

 

 

 

 

 

 

 

 

9

 

 

 

 

 

 

 

 

 

10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

14

 

 

 

 

 

 

 

 

 

15

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16

 

 

 

 

 

 

 

 

 

17

 

 

 

 

 

 

 

 

 

18

 

 

 

 

 

 

 

 

 

19

 

 

 

 

 

 

 

 

 

20

 

 

 

 

 

 

 

 

 

21

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inscritos

Votantes

Total votos válidos

      1.450.663  

       1.002.127  

         973.760  

 Brancos

 Nulos

 

            17.270   

             11.097  

 

 

 

Número de Mandatos :

 

Partido / Coligação

PS

PPD/

PSD

CDS-PP

B.E.

PCP-PEV

PCTP/MRPP

PND

PH

POUS

 

N.º de Mandatos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Actividade 2 (cont.) _usando frequências relativas):

 

 

 


RESULTADOS, EM PORTUGAL, DAS ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU,   EM 07 DE JUNHO 2009

 

(APLICAÇÃO DO MÉTODO DE HONDT)

 

Divisor

Partidos / Coligações

Total

PPD/PSD

PS

BE

CDU

CDS/PP

Outros(*)

1

31,69%

26,57%

10,73%

10,66%

8,37%

11,98%

100,00%

2

 

 

 

 

 

-

-

3

 

 

 

 

 

-

-

4

 

 

 

 

 

-

-

5

 

 

 

 

 

-

-

6

 

 

 

 

 

-

-

7

 

 

 

 

 

-

-

8

 

 

 

 

 

-

-

9

 

 

 

 

 

-

-

10

 

 

 

 

 

-

-

 

 

 

 

 

 

 

 

Nº. de

Mandatos:

8

7

3

2

2

-

22

(*) Cada partido com pequena expressividade < 2%

 

a)    Conhecendo os resultados das eleições (divisor 1) comprove o nº. de mandatos atribuídos a cada partido.

b)    b) Se Portugal tivesse direito a 25 mandatos qual ou quais os partidos que beneficiariam de mais 1 lugar? 

 

Curso:

NS Modular

Local:

Guimarães

Data: 

 

Formador:

Carlos Moás

Ass.: 

 

UC:

STC7  (DR2)

Nº Páginas:

1+1

Objectivo(s):

 

Identificar diferentes técnicas de recolha de informação.

Compreender a opção de uma técnica ou processo de recolha de informação.

Explorar procedimentos científicos desde o século XVI/XVII.

Explorar relações entre experimentação e teoria.

 

 

 

 

 

 

  

 

 

PROPOSTA DE TRABALHO 

 

 

1.       A empresa de restauração Mumadona, Lda. elaborou um estudo sobre a satisfação dos seus clientes relativamente aos serviços prestados. Para tal, realizou um inquérito a 100 clientes escolhidos aleatoriamente.

 

a)    Indique a população, a amostra e diga se ela pode ser considerada representativa, justificando.

b)    O estudo efectuado trata-se de um censo ou de uma sondagem? Justifique.

 

 

2.        Para saber os gostos literários dos portugueses, efectuou-se um inquérito junto a uma livraria de Guimarães. Durante dois dias registaram-se os géneros de livros adquiridos, e obtiveram-se os resultados apresentados indicados no gráfico:

 

          

a)    Indique:

-          a característica a estudar;

-          a população;

-          a dimensão da amostra.

 

               b) Comente a escolha da amostra.

 

      3.        Indique algumas vantagens de uma sondagem relativamente ao censo.

 

      4.        Refira vantagens e limites da técnica usada em inquérito por questionário.

 

      5.        Todas as Ciências utilizam Metodologia Científica; não existe Ciência sem o emprego de Métodos

Científicos. Diga o que entende por:

 

                a) 

a)    Pesquisa científica.

              b)  Método científico.

 

      6.        No Passado o Método Universal era aplicado a todos os ramos do conhecimento. Actualmente, há uma grande diversidade de métodos. Refira métodos  para a Matemática, para a Física e para a Astronomia.

      7.        A Revolução Científica inicia-se nos séculos XVI e XVII. Partia-se da observação dos factos para

 

 se chegar a uma lei geral. Galileu Galilei e Francis Bacon, considerados os pais do método experimental, descreveram os princípios da experimentação na metodologia científica.

 

a)    Refira algumas realizações e descobertas de Galileu e esquematize as fases desde a observação dos fenómenos ao estabelecimento das leis.

b)    Francis Bacon enalteceu a experiência e o método dedutivo de tal modo que o transcendente e a razão acabam por desaparecer. Esquematize as fases desde a experimentação à formulação de generalizações e leis.

 

 

 

 

 

 STC7 -DR3

 

Ao Homem associa-se a inevitável produção de resíduos que é necessário eliminar

À existência humana é inevitável associar-se a produção de resíduos. O trabalho para remediar/minimizar os problemas de contaminação tem de ser paralelo ao conceito de desenvolvimento sustentável, de forma a adaptar os meios de satisfazer as nossas necessidades actuais, sem causar alterações nem colocar em perigo as próximas gerações.

Os resíduos sólidos urbanos, industriais, tóxicos e perigosos necessitam de tratamento

Na maioria das actividades humanas há consumo de recursos naturais e consequente produção de resíduos (materiais que deixam de ter utilidade) e que se podem classificar em:

Industriais – resultam dos vários sectores da indústria extractiva (minas e pedreiras), da indústria transformadora (têxtil, siderurgia), das centrais produtoras de energia, da construção civil, dos transportes, dos automóveis (sucatas, pneus, óleos), do sector agro-pecuário (aviários, suiniculturas), de explorações florestais e empresas ligadas à madeira (fábricas de papel), entre outras;

Tóxicos e perigosos – contêm substâncias causadoras de alterações graves nos ecossistemas e na saúde pública, onde se incluem os resíduos industriais tóxicos, os materiais radioactivos, os resíduos hospitalares (pensos, ligaduras, reagentes de laboratório, medicamentos), as pilhas, as tintas, as películas fotográficas, etc;

Sólidos urbanos – a quantidade produzida aumentaram ao longo dos anos, em parte devido ao crescimento demográfico, mas acima de tudo, à mudança de hábitos de vida, destacando-se o aumento do uso de materiais descartáveis e de embalagens. Desta categoria excluem-se os resíduos líquidos.

 

 

Porque são os resíduos um problema?

Os desperdícios sólidos provêm das actividades naturais quer do homem quer dos animais, sendo constituídos por massas heterogéneas. Apesar de sempre terem existido, antigamente os resíduos não eram um problema devido à pouca população e muita área disponível para os colocar. Com o passar do tempo o homem começou a viver em comunidades maiores e a acumular resíduos nas ruas e terras desocupadas provocando a infestação com ratos e insectos e favorecendo o aparecimento de pragas. Para resolver este problema foram criados sistemas de recolha e acumulação de lixo em locais afastados das comunidades que, por sua vez, provocam a poluição.

 

 

 

 

A incineração é uma solução para a eliminação de resíduos sólidos urbanos, além de produzir electricidade.

Os resíduos podem ser incinerados em estações próprias. A incineração é geralmente um processo de eliminação de resíduos perigosos, pelo que podem ser libertados vários gases tóxicos que se apresentam contaminados com chumbo, mercúrio, dioxinas, etc. Sendo assim, as incineradoras devem cumprir normas que as impeçam de se transformarem em locais privilegiados de contaminação atmosférica.

Em determinadas situações, a queima de resíduos pode fazer-se nos fornos das cimenteiras, designando-se esse processo por co-incineração. Para tal as cimenteiras necessitam de ser equipadas com filtros específicos. Em Portugal, o aproveitamento dos fornos das cimenteiras e a construção de incineradoras tem sido alvo de muita polémica, tendo até sido constituída uma Comissão Cientifica Independente de Controlo e Fiscalização Ambiental da Co-incineração.

 


 

Co-incineração, uma solução adiada

“Passando em revista todos os inventários já feitos sobre os resíduos industriais tóxicos e perigosos (RIP) em Portugal, um elemento da Comissão Cientifica Independente (CCI) afirmou que a promoção de mais um estudo será apenas o adiamento do problema, uma vez que não há decisão sobre o destino final para aqueles resíduos que não podem ser eliminados de uma outra forma que não seja a sua destruição térmica.

Os membros da CCI foram claros: em nenhum país, nem mesmo no mais desenvolvido, foi possível até hoje substituir completamente os métodos de fim-de-linha, como é o caso da incineração. Ou seja, reafirmaram os cientistas que para os RIP é necessário ter estratégias de primeira linha (3R), mas também de segunda linha (como os aterros, os tratamentos bioquímicos ou a destruição térmica, conforme os casos). Travando a incineração, volta-se, portanto, à estaca zero. Quanto aos resíduos, vão continuar a amontoar-se sem tratamento, contaminando o ambiente e á mercê de eventuais queimadas selvagens, cujas emissões, essas sim, são perigosas para o ambiente e para a saúde dos cidadãos.”

In Diário de Notícias, Julho de 2002

 

 

 

 

1.    A co-incineração consiste no aproveitamento de fornos das cimenteiras, tirando partido das suas altas temperaturas, para a queima dos resíduos perigosos, ao mesmo tempo que produz o cimento, combustíveis e matérias-primas.

A co-incineração tem as suas vantagens e desvantagens. Como vantagens tem-se uma maior taxa de eliminação dos resíduos tóxicos, formação de cimento, combustível e matérias-primas e ser menos dispendiosa do que a incineração; como desvantagens os fornos não terem temperatura uniforme, os filtros deixarem de funcionar, deixando escapar alguns resíduos gasosos, sem qualquer tratamento.

2.     As conclusões que a comissão científica independente chegou, foi que nenhum país, nem mesmo o mais desenvolvido, foi possível até hoje substituir completamente os métodos de fim-de-linha (incineração e co-incineração), isto porque este reduzem as emissões ambientais da maior parte das substâncias perigosas (podendo esporadicamente haver fugas dessas substâncias), e também o consumo de combustíveis fósseis, e até agora a ciência e a tecnologia ainda não foram capazes de descobrir um método mais eficiente para a eliminação dessas substâncias tóxicas.

3.    Conforme nos diz o texto, a hierarquia começa na política dos 3R (reduzir, reciclar, reutilizar), seguindo para os aterros, tratamentos bioquímicos e, por fim, a destruição térmica porque antes da incineração e da co-incineração devemos seguir os outros caminhos que sejam menos prejudiciais para a saúde dos cidadãos. A incineração é um processo que elimina a maior parte das toxinas, mas também durante essa eliminação pode deixar escapar gases que nos podem ser prejudiciais

4.     

a)    Os diferentes actores presentes na controvérsia pública em torno da co-incineração em Souselas, são a Câmara Municipal de Souselas e o movimento de cidadãos de Souselas (contra), e o Governo e a Cimpor (a favor).

b)    A Câmara Municipal e o movimento de cidadãos de Souselas, defendia que a implantação da co-incineração nas cimenteiras do município iria causar problemas de poluição ao concelho e, consequentemente, provocar danos à saúde pública, enquanto o Governo e a Cimpor defendiam que nada do que a Câmara e os cidadãos de Souselas temiam iria acontecer. Para provar isso, formam feitos estudos; porém, estes eram controversos, porque uns alegavam que não havia problema nenhum, enquanto outros mostravam que sim, que realmente poderia trazer problemas à saúde pública e ao ambiente. Este processo terminou no Tribunal, acabando mesmo por utilizar as cimenteiras para a co-incineração.

     Eu não reagiria bem à construção de uma incineradora próximo da minha habitação porque poder-me-ia causar problemas graves de saúde, mas tenho consciência de que se não for próximo da minha habitação, há-de ser próximo da habitação de outra pessoa e isso poderia causar também problemas para essas pessoas ou seja não vale a pena tentar despachar RIP para outra área, temos é que arranjar soluções e ter consciência da gravidade da situação, porque enquanto não for encontrada uma solução alguém tem que sofrer as consequências; se calhou a mim vou ter que enfrentar a situação e tentar arranjar uma solução conjuntamente com a autoridade local.

5.     Esta alternativa parece bastante boa, numa primeira análise. Porém, se reflectirmos e analisarmos bem todas as hipóteses, não são assim tão boas. Isto porque recentemente vi um filme (wall-e), que conta a história de uma empresa que constrói robôs com a finalidade de compactar o lixo produzido pela população e enviá-lo para o espaço. Isso chega a esse ponto, pois o lixo que a comunidade produz é bastante elevado que já não se consegue eliminar. Com isto a poluição aumenta e, por consequência, existe uma diminuição de oxigénio. A população vê-se obrigada a ir viver para o espaço, em naves, naves essas que também foram construídas  pela mesma empresa dos robôs. Passados 700 anos de não existir vida no planeta os humanos que agora vivem no espaço, vêm uma nova esperança, quando através de outro robô, descobrem que existe algo no nosso planeta que voltou a fazer fotossíntese e que abre uma nova hipótese de “regresso a casa”. Esses humanos eram bastante doentes (obesidade, não sabiam andar pois só se movimentavam em cadeiras devido à evolução da tecnologia, todos os que viviam na nave eram descendentes dos que tinham vivido na Terra, porém nasceram e cresceram na nave), e desconheciam tudo sobre o que existia e que existiu na Terra. Com esta nova esperança, os humanos regressam passados 700 anos, onde agem de forma diferente dos seus antepassados, pois agem de forma a terem um mundo limpo, para conseguirem viver.

No ponto de vista social não parece ser correcto enviar RIP para outros lados pois isto é um problema de todos nós e há que arranjar soluções tentando resolvê-lo. Se exportarmos RIP estamos a livrar-nos deles mas estamos a prejudicar a saúde de outros. Veja-se o mau exemplo do país mais desenvolvido do mundo que exporta esses resíduos para países longínquos e pobres. Isto demonstra que até em países mais desenvolvidos ainda não há solução para a co-incineração. 

 

Algumas fontes passíveis de pesquisa (hiperligações):

 

https://paginas.fe.up.pt/~jotace/gtresiduos/coincversus.htm

https://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/Residuos/Documentos/doc97.htm

https://www.novasfronteiras.pt/contributos-88.html

https://www.gforum.tv/board/1603/196291/o-que-e-co-incineracao.html

https://www1.ci.uc.pt/sddh/Artigos%20Publicados/2001/Co-incineracao.doc

Ficheiro do formador: 1.Resíduos_Co-incineração.pps

 


 

Curso:

NS Modular Ciências Informáticas

Local:

Guimarães

Data:

 

Formador:

Carlos Moás

Ass.:

 

UC:

STC7  (DR3)

Nº Páginas:

1+1

Objectivo (s):

 

Identificar os processos tecnológicos associados à eliminação de resíduos tóxicos; compreender o processo da co-incineração e razões da controvérsia pública; explorar limitações tecnológicas; compreender a insuficiência das argumentações científicas.

 

 

 

 

 

 

 

  

PROPOSTA DE TRABALHO

 

 

1.     O que entende por “compostagem” e refira as principais vantagens e desvantagens.

 

2.     O que é um ”aterro sanitário” e refira algumas das principais vantagens e desvantagens.

 

3.     O que entende por ”incineração”, em que casos deverá ser feita e refira vantagens e

desvantagens.

 

4.     Em que consiste a ”co-incineração” e refira vantagens e desvantagens.

 

5.     Aborde o problema da controvérsia pública em torno da co-incineração em Souselas,

identificando os diferentes actores presentes nessa controvérsia e os valores defendidos por

cada uma das partes. Refira os argumentos de índole científica e as recomendações da

Comissão Cientifica Independente a que chegou sobre o assunto.

 

6.     Analise, do ponto de vista social, a alternativa à co-incineração, da exportação de

resíduos tóxicos e perigosos.

 

 

 

 

STC-7 -DR3

Resíduos

Co-incineração

Análise psicossocial

Resíduos

–Política dos 3 R’s

Reduzir–É o primeiro passo para diminuir a quantidade de lixo produzido. Isto não significa obrigatoriamente reduzir o consumo de produtos, mas escolher soluções que possam reduzir o volume dos resíduos.

Reciclar–É uma maneira de dar vida nova a materiais velhos, valorizando materiais que já foram utilizados.

Reutilizar–A reutilização é uma forma de poupar matérias primas e energia e de reduzir a produção de lixos domésticos. (Evitar os produtos descartáveis, optando por produtos recarregáveis ou reutilizáveis, é aconselhado).

 

Resíduos

Estratégia de Gestão de resíduos

a.Co-incineração

b.Tratamento físico-químico

c.Exportação

d.Deposição em aterro

 

 

O que são os resíduos?

Os resíduos são todas as substâncias ou objectos que o seu utilizador se pretende desfazer ou é obrigado a se desfazer.

 

Que tipos de resíduos existem?

     Resíduos Urbanos
     Resíduos Industriais
     Resíduos Hospitalares

     Resíduos Agrícolas
     Resíduos de Embalagem
     Resíduos Perigosos
     Outros tipos de resíduos

 

 

Porque são os resíduos um problema?

Os Os desperdícios sólidos provêm das actividades naturais quer do homem quer dos animais, sendo constituídos por massas heterogéneas. Apesar de sempre terem existido antigamente os resíduos não eram um problema devido à pouca população e muita área disponível para os colocar. Com o passar do tempo o homem começou a viver em comunidades maiores e a acumular resíduos nas ruas e terras desocupadas provocando a infestação com ratos e insectos e favorecendo o aparecimento de pragas. Para resolver este problema foram criados sistemas de recolha e acumulação de lixo em locais afastados das comunidades que, por sua vez, provocam a poluição.

 

 

Qual é a poluição causada pelos resíduos?

A acumulação de resíduos sem controlo pode dar origem a diversos problemas como:


- Contaminação do solo;
- Poluição das águas superficiais (rios, lagos,...) ou subterrâneas (captada através de furos ou poços);
- Reprodução de agentes que podem espalhar doenças contagiosas (vírus, bactérias, insectos e ratos);
- Acidentes ocasionais, tais como explosões e incêndios;
- Queima de resíduos provoca poluição atmosférica;
- Odores desagradáveis;
- A estética da paisagem.

 

 O que fazer com os resíduos?
Para evitar os problemas causados pelos resíduos foram criadas regras que definem o que fazer, quem o pode fazer e como, de modo a que os resíduos não causem tantos problemas para o ambiente. A estas actividades e operações denomina-se Gestão de Resíduos e os seus objectivos são os seguintes:
- prevenção ou redução da produção ou nocividade dos resíduos;
- garantia de valorização através da reciclagem ou, caso não seja possível, de uma eliminação adequada.

A política de gestão dos resíduos segue assim a ordem que se apresenta:
1º Prevenir – Reduzir a produção e a perigosidade dos resíduos incluindo a sua reutilização;
2º Valorizar – Reciclar os resíduos para que estes possam ser utilizados novamente como matéria prima;
3º Valorizar – Recuperação da energia contida nos resíduos através da sua utilização como combustível;
4º Eliminar – Deposição dos resíduos em condições de qualidade e segurança.

 

 

Política dos 3 R’s –Como reduzir; como Reutilizar; como Reciclar
A Política dos 3
R’s, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, é considerada a base da gestão de resíduos:

Reduzir:
Consiste na redução de produção de resíduos por forma a evitar a ocorrência de problemas ambientais associados.

Como reduzir a produção de resíduos?
Na Indústria é possível reduzir através do design, da utilização de novos materiais e/ou de novos processos e tecnologias menos poluentes (por ex. a partir dos anos 50 os produtores têm vindo a desenvolver latas mais finas utilizando menos matérias primas e a utilizar alumínio como material em quase todas as latas fabricadas). Em casa evitando consumos desnecessários, utilizando produtos em embalagens familiares ou sem embalagens excessivas.

Reutilizar:
Consiste na utilização de um produto mais de uma vez para o fim para o qual foi produzido ou para outro fim. A utilização de materiais reutilizáveis diminui a quantidade de resíduos que têm que ser tratados/eliminados
Alguns exemplos de reutilização são a utilização de embalagens com tara (como as garrafas), que têm retorno e podem ser utilizadas mais do que uma vez, a utilização de embalagens reutilizáveis (embalagens com recarga), a utilização de pilhas recarregáveis, entre outros.

Reciclar:
Consiste na valorização de alguns componentes dos resíduos, através da recuperação de diferentes materiais, para dar origem a novos produtos.

 

 

Quais as vantagens da reciclagem?

-Economia de energia;
- Poupança de matérias-primas e preservação de recursos naturais;
- Redução da quantidade de resíduos a tratar/eliminar.

 

 

 

Como se pode contribuir para a reciclagem?

 

A reciclagem apenas é possível se o produtor do resíduo o encaminhar para uma empresa capaz de o transformar novamente em matéria prima através das fases de reciclagem. Estas são:


- Deposição Selectiva (colocação de cada resíduo em recipiente próprio);
- Recolha Selectiva (recolha e transporte dos recipientes para triagem);
-

Triagem (Separação dos diversos materiais colocados no mesmo contentor);
- Fabrico (Entrega do material triado a uma unidade recicladora para fabrico de novos produtos).

A deposição/recolha selectiva é a parte mais importante de todo o processo de reciclagem e coincide com a etapa onde todos participamos. Vários meios podem ser utilizados, como:

 

 

Existe tratamento adequado para os resíduos?

 

 

 

 

De que forma podemos gerir os resíduos?

A Gestão de Resíduos adequada apresenta-se como a forma de garantir que não resultam problemas ambientais da produção de resíduos. As regras e princípios gerais a que deve obedecer esta gestão estão previstas na legislação nacional, e são as seguintes:

- Separação Selectiva de Resíduos (Triagem);
- Catalogação dos resíduos – Atribuir o código de identificação do resíduo de acordo com a lista europeia de resíduos;
- Envio dos resíduos a Entidades Licenciadas para a sua Gestão (armazenagem, valorização ou eliminação);
- Operações de Transporte realizadas apenas por entidades licenciadas e utilizando guias de transporte de resíduos;
- Quantificação dos resíduos produzidos;
- Comunicar anualmente os resíduos produzidos através do mapa de registo de resíduos.

 

 

Sabia que...

 

A contaminação causada por uma única pilha dura 50 anos.
Um português produz em média 1 kg de resíduos por dia, correspondendo a cerca de 3,67 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.
As empresas Portuguesas declararam em 1999 a produção de cerca de 20 milhões de toneladas de resíduos industriais.
A reciclagem de uma única lata poupa energia suficiente para manter a televisão ligada durante 3 horas.
Por cada tonelada de vidro velho incluída no fabrico de vidro poupam-se 1,2 toneladas de matérias primas originais.
Caso se empilhassem todos os exemplares dos jornais de dois sábados teríamos uma montanha maior do que o Monte Evereste.
Resíduos –Co-Incineração
 

Que destino dar ao nosso lixo?

 

Durante vários anos, verificou-se na maior parte dos países desenvolvidos uma acumulação irresponsável dos seus resíduos (urbanos, hospitalares, industriais, outros.) sem o respectivo tratamento. Esta atitude poderá ter impactos a médio e longo prazo na contaminação dos solos, águas e ar, com efeitos nefastos para a saúde pública.

Em Portugal estima-se a produção de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas/ano de resíduos industriais, dos quais 125.000 toneladas (5%) são classificados como perigosos e 16.000 toneladas destes, incineráveis.

Desta forma, é urgente a introdução de um sistema de separação de lixos perigosos/não perigosos e posterior tratamento dos mesmos.

Após várias pesquisas realizadas, surgiu uma nova forma de tratamento do lixo a CO-INCINERAÇÃO.

 

 

 

Incineração

A incineração é um tratamento de resíduos por via térmica com ou sem recuperação do calor produzido por combustão.

É uma forma de conseguir valorizar os resíduos produzidos aproveitando a energia que estes possuem para aquecimento de fornos, geração de energia eléctrica, entre outros, através da sua utilização como combustível permitindo ainda reduzir a quantidade de resíduos a enviar para aterro.

Os resíduos que não conseguimos reduzir, reutilizar e reciclar, têm que ser eliminados sem danos para o ambiente. Para tal existem diversos tipos de sistemas de tratamento que podem ser utilizados:

- Físicos – Filtração/Destilação, utilizados na regeneração de óleos usados;
- Químicos - Neutralização, Oxidação (com radiação ultra-violeta, ozono, cloro, etc..) e Redução;
- Processos de Imobilização – Solidificação/ Estabilização e Vitrificação;
- Processos de Confinamento
– Aterros;
- Biológicos – Compostagem e Digestão Anaeróbia, utilizados para os resíduos orgânicos; Nota: A digestão anaeróbia consiste na conversão microbiológica (fermentação anaeróbia), com ausência de oxigénio

- Térmicos – Incineração e Pirólise (semelhante à incineração mas na ausência do oxigénio).

Compostagem
A compostagem é um processo biológico que ocorre na Natureza, sem a intervenção do homem, em que a matéria orgânica (excrementos de animais, restos de plantas, ...) se decompõe dando origem a um material semelhante ao húmus – o composto.
O tratamento de resíduos por compostagem apenas consiste em oferecer as condições ideais aos microrganismos (leveduras, bactérias e fungos) para que o processo seja mais rápido e o composto tenha melhor qualidade para ser utilizado como correctivo de solos.

O composto produzido neste processo pode ser utilizado como corrector dos solos e na recuperação de solos áridos uma vez que é um nutriente para as plantas. Por exemplo, no lixo doméstico existe cerca de 40% de matéria orgânica que através da compostagem pode ser transformada em adubo natural.

 

 Sabia que pode utilizar a parte orgânica do lixo que produz em casa para fazer composto e usar esse material no seu quintal ou jardim, melhorando a fertilidade do solo?

 

 

Quais as principais vantagens e desvantagens?

Redução do volume de resíduos enviado para aterro;Necessidade de deposição dos refugos inorgânicos em aterro

Aproveitamento da matéria orgânica (por exemplo do lixo doméstico)

Só interessante para resíduos com elevada carga orgânicaSeparação eficaz dos resíduos

Produção de composto utilizável

Difícil colocação do composto no mercado

 

 

Aterros
Os aterros são instalações de eliminação (confinamento) de resíduos utilizadas para a sua deposição controlada, acima ou abaixo da superfície do solo.

O controlo dos aterros é realizado através das seguintes regras:
- Vedação total;
- Cobertura diária dos resíduos;
- Impermeabilização (lateral e de fundo);
- Drenagem, tratamento e rejeição das águas lixiviantes
(cumprindo as normas de descarga legais);
- Drenagem de biogás.

Após a prevenção na produção de resíduos e a sua valorização ainda restam alguns que necessitam de ser depositados num local que não apresente perigo para o ambiente. O aterro é a única maneira de depositar os resíduos de forma adequada, sem problemas de poluição.

 

Quais as principais vantagens e desvantagens?

Custos de investimento e exploração baixos

Área de implantação extensa

Permite canalizar e aproveitar o biogás

Produção de lixiviados (água da chuva que em contacto com os resíduos fica poluída)

Permite recuperar áreas degradadas

- Locais específicos com contentores;
- Recolha de materiais específicos junto de lojas como base de sobrevivência de algumas pessoas;
- Recolha porta-a-porta
;
- Recolha de alguns materiais pelas escolas;
- Separação dos diferentes materiais imediatamente antes dos sistemas de tratamento.

 

 

Sabia que...

 

A contaminação causada por uma única pilha dura 50 anos.
Um português produz em média 1 kg de resíduos por dia, correspondendo a cerca de 3,67 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.
As empresas Portuguesas declararam em 1999 a produção de cerca de 20 milhões de toneladas de resíduos industriais.
A reciclagem de uma única lata poupa energia suficiente para manter a televisão ligada durante 3 horas.
Por cada tonelada de vidro velho incluída no fabrico de vidro poupam-se 1,2 toneladas de matérias primas originais.
Caso se empilhassem todos os exemplares dos jornais de dois sábados teríamos uma montanha maior do que o Monte Evereste.
 

Que destino dar ao nosso lixo?

 

Durante vários anos, verificou-se na maior parte dos países desenvolvidos uma acumulação irresponsável dos seus resíduos (urbanos, hospitalares, industriais, outros.) sem o respectivo tratamento. Esta atitude poderá ter impactos a médio e longo prazo na contaminação dos solos, águas e ar, com efeitos nefastos para a saúde pública.

Em Portugal estima-se a produção de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas/ano de resíduos industriais, dos quais 125.000 toneladas (5%) são classificados como perigosos e 16.000 toneladas destes, incineráveis.

Desta forma, é urgente a introdução de um sistema de separação de lixos perigosos/não perigosos e posterior tratamento dos mesmos.

Após várias pesquisas realizadas, surgiu uma nova forma de tratamento do lixo: a Co-Incineração.

 

 

Incineração
A incineração é um tratamento de resíduos por via térmica com ou sem recuperação do calor produzido por combustão.

É uma forma de conseguir valorizar os resíduos produzidos aproveitando a energia que estes possuem para aquecimento de fornos, geração de energia eléctrica, entre outros, através da sua utilização como combustível permitindo ainda reduzir a quantidade de resíduos a enviar para aterro.

 

 

Incinerar significa tratar termicamente os resíduos.

No caso da co-incineração de resíduos perigosos em cimenteiras, o processo consiste em substituir parte do combustível fóssil utilizado nestas unidades industriais, como o carvão, por resíduos que têm um poder calorífico significativo. A destruição dos resíduos ocorre nos fornos das cimenteiras juntamente com as matérias primas utilizadas para o fabrico do cimento.

 

 

Mas em que é que de facto consiste a Co-Incineração?                                

A Co-Incineração consiste essencialmente no aproveitamento dos fornos das cimenteiras e das suas altas temperaturas (entre 1450 e 2000 graus), para a queima dos resíduos perigosos (tais como solventes de limpeza, solventes de indústria química, tintas, etc.), com a produção simultânea de cimento.

Alguns destes resíduos são constituídos por hidrocarbonetos e compostos clorados e fluorados entre outros, e alguns têm elevado poder calorífico.

 

 

Assim, o processo de Co-Incineração implica adaptações mínimas nas cimenteiras.

Numa primeira fase, os resíduos industriais perigosos são enviados para uma estação de pré-tratamento. Os lixos com pouco poder calorífico são fluidizados (trituração, dispersão e separação dos materiais ferrosos); os resíduos líquidos são impregnados com serradura e submetidos a uma possível centrifugação (no caso de possuírem grandes quantidades de água); os resíduos termo fusíveis, alcatrão e betumes, são rearmazenados em lotes.

Numa segunda fase os resíduos são levados para as cimenteiras. Em caso de acidente de transporte, os impactos ambientais serão muito menores do que antes do tratamento dos mesmos.

 

 

Nas cimenteiras são pulverizados para o forno tirando partido do seu poder calorífico (Ex: combustíveis) ou utilizados como matéria-prima substituta na produção de cimento.

Após este processo, não permanecem resíduos remanescentes da Co-Incineração, visto que estes são incorporados no próprio cimento, e devido às temperaturas e tempo de residência dos gases a produção de gases tóxicos é muito baixa. Contudo, poderemos ter a certeza da inexistência de perigo para a saúde pública?

Para evitar uma remota, mas possível fuga de gases devem ser instalados filtros de mangas nos fornos das cimenteiras, aumentando a margem de segurança.

 

 

Quais as vantagens e riscos da Co-Incineração em relação à incineração clássica?

 

A incineração clássica de resíduos perigosos (metais pesados, dioxinas, furanos, etc.) por meio de uma unidade incineradora foi nos últimos anos alvo de contestação por parte dos técnicos especializados.

 

Se esta incineração não se realizar com um controle rigoroso, pode aumentar ainda mais o perigo a estes resíduos e representar danos mais graves para a saúde pública e no meio ambiente.

 

 

Temperaturas elevadas: Devido às elevadas temperaturas alcançadas pelos fornos das cimenteiras, a destruição dos resíduos é muito mais eficaz em comparação com um incinerador clássico que não atinge tais temperaturas.

Tempos de residência de gases elevados: Sendo o tempo de permanência dos gases no forno superior ao de um incinerador, a taxa de destruição dos gases poluentes é maior, havendo um maio período a altas temperaturas no forno.

Inércia térmica elevada: Ao contrário dos incineradores, os fornos de cimenteiras possuem uma elevada inércia térmica o que previne um drástico abaixamento de temperatura, com possíveis emissões anómalas, se ocorressem paragens ou alteração da operação.

 

 

Meio Alcalino: A base da matéria-prima no forno é o calcário. Assim o meio é alcalino, o que provoca a neutralização dos gases e vapores ácidos (SO2; CO2; HCl; HF Ácido fluorídrico)) e a sua fixação no cimento. Desta forma, verifica-se uma substancial redução das emissões desses poluentes em relação à incineração clássica.

Produção de efluentes líquidos/lamas e de resíduos sólidos: Neste processo de Co-Incineração não há produção de resíduos sólidos, efluentes líquidos ou lamas (potencialmente poluidores) porque todos os materiais não queimáveis são utilizados e incorporados na produção do próprio cimento, o que não acontece nos incineradores.

Metais pesados: Devido às características da Co-Incineração, os metais pesados têm um ambiente óptimo de fixação no cimento, retirando o risco da sua libertação após queima.

Custo: A construção de um incinerador clássico, bem como o respectivo processo de incineração, têm custos bastante mais elevados do que os custos inerentes à Co-Incineração.

 

 

É possível concluir, face aos factos apresentados, que a Co-Incineração apresenta vantagens claras em relação à incineração clássica.

No entanto, poderão existir alguma questões merecedoras de um estudo mais aprofundado relativamente à Co-Incineração:

 

-Quando o processo é interrompido, os filtros deixam de funcionar, podendo haver libertação de gases, praticamente sem tratamento, caso os filtros de mangas utilizados não tenham a capacidade de reter os gases mais voláteis como o mercúrio.

- Quais os efeitos na saúde pública de um edifício construído com cimento produzido nas co-incineradoras?

 

 

Saúde pública

 

No processo de eliminação de resíduos podem ser emitidos para a atmosfera determinados componentes, prejudiciais para a saúde das populações e para o Ambiente. Ainda que o nível de exposição a agentes químicos pelas populações mais próximas das unidades de eliminação de resíduos tenha geralmente sido muito baixa, possíveis efeitos carcinogénicos e crónicos são motivo de preocupação para as entidades competentes. Desta forma, não existem factos comprovativos da absoluta segurança do processo.

Relativamente à saúde pública, revela-se impossível isolar os efeitos consequentes da Co-Incineração dos resultantes da indústria, hábitos sociais (Ex.: tabagismo) e outros factores poluidores.

 

 

A Co-Incineração consiste essencialmente no aproveitamento dos fornos das cimenteiras e das suas altas temperaturas (entre 1450 e 2000 graus), para a queima dos resíduos perigosos (tais como solventes de limpeza, solventes de indústria química, tintas, etc.), com a produção simultânea de cimento. Alguns destes resíduos são constituídos por hidrocarbonetos e compostos clorados e fluorados entre outros, e alguns têm elevado poder calorífico.Assim, o processo de Co-Incineração implica adaptações mínimas nas cimenteiras. Numa primeira fase, os resíduos industriais perigosos são enviados para uma estação de pré-tratamento. Os lixos com pouco poder calorífico são fluidizados (trituração, dispersão e separação dos materiais ferrosos); os resíduos líquidos são impregnados com serradura e submetidos a uma possível centrifugação (no caso de possuírem grandes quantidades de água); os resíduos termo fusíveis, alcatrão e betumes, são rearmazenados em lotes.

 

 

Numa segunda fase os resíduos são levados para as cimenteiras. Em caso de acidente de transporte, os impactos ambientais serão muito menores do que antes do tratamento dos mesmos. Nas cimenteiras são pulverizados para o forno tirando partido do seu poder calorífico (Ex: combustíveis) ou utilizados como matéria-prima substituta na produção de cimento. Após este processo, não permanecem resíduos remanescentes da Co-Incineração, visto que estes são incorporados no próprio cimento, e devido às temperaturas e tempo de residência dos gases a produção de gases tóxicos é muito baixa.

 

 

Contudo, poderemos ter a certeza da inexistência de perigo para a saúde pública? 

Análise psicossocial

Para evitar uma remota, mas possível fuga de gases devem ser instalados filtros de mangas nos fornos das cimenteiras, aumentando a margem de segurança e assim sendo não há perigo absolutamente nenhum. Esta questão não tem sido é devidamente explicada aos Portugueses. Vejam que nos últimos anos, sempre que um governo demonstra a sua intenção de construir uma unidade de tratamento de resíduos sólidos ou de introduzir o processo de Co-Incineração numa cimenteira, as reacções das populações não são geralmente favoráveis ao programa em questão. É a velha máxima "Eliminar o lixo muito bem, mas não no meu quintal". Embora muitas vezes as pessoas compreendam as necessidades ambientais globais, não interiorizam as medidas locais a aplicar.

 

 

Por outro lado, a relação dos governos com as populações não é muitas vezes a melhor. Ao tentar introduzir uma nova tecnologia, os governos distanciam-se da população, apoiando-se em dados técnicos em vez de uma informação mais próxima e educativa para a população. Assim, não é difícil de compreender o aumento da sensibilidade das populações em relação ao risco de acidentes, decorrente da aplicação de novas tecnologias. Em suma, o processo de Co-Incineração em cimenteiras produz impactos positivos para o Ambiente, eliminando de forma correcta os resíduos perigosos. Evita o consumo de combustíveis fósseis, com a poupança de recursos naturais não renováveis. Para que a Co-Incineração se processe eficazmente, bastará que os governos tenham uma abordagem mais directa e informativa com as populações, diminuindo a sua hostilidade e confiança.

 

 

As vantagens apresentadas do processo, em relação a outros de destruição térmica, devem-se às altas temperaturas dos fornos de cimento o que possibilita um elevado nível de destruição. Ou seja, os componentes orgânicos dos resíduos são totalmente destruídos e os metais são incorporados e fixados no produto final, o cimento.

 

ontudo, como qualquer outro processo de tratamento térmico de resíduos, comporta riscos quer para o ambiente, quer para a saúde pública, como a libertação de poluentes atmosféricos. Os riscos podem ser substancialmente reduzidos se foram tomadas algumas medidas como uma boa triagem dos resíduos a queimar complementada com um bom sistema de lavagem e neutralização dos gases. Na co-incineração há restrições à queima de resíduos com elevadas concentrações de metais voláteis, como o mercúrio, de forma a cumprir os limites impostos por legislação.

 

 




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